Texto como pretexto
TV faz mal às crianças mesmo quanto está em segundo plano

Especialistas afirmam que exposição indireta pode trazer prejuízos no curto e no longo prazo


Por Gladys Magalhães


 


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Ligar a TV, mesmo quando não vai de fato assistir algum programa, é um hábito que muitos pais levam da vida antes de ter filhos e acabam transmitindo às crianças. Pois, que atire a primeira pedra quem nunca deixou a TV ligada enquanto o bebê brincava no chão! Acontece que isso não é nada saudável e pode trazer prejuízos no curto e no longo prazo para os pequenos.


“Hoje, sabemos que o funcionamento neurológico permite prestar atenção em mais de uma coisa ao mesmo tempo. Porém, em se tratando de crianças, que precisam aprender a focar, ter outros estímulos, como uma TV ligada no momento da brincadeira, atrapalha”, explica a psicóloga Vera Zimmermann, coordenadora do Centro de Referência da Infância e da Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


Segundo Vera, para ser produtivo, o ato de brincar exige concentração, visto que é neste momento que as crianças procuram resolver seus conflitos e questões internas. Dessa forma, a TV como pano de fundo é absolutamente prejudicial, já que, de imediato, rouba o foco da criança do que ela está fazendo.


Consequências futuras


Distúrbios do sono e dificuldades para manter o foco na escola, por exemplo, são consequências que a TV utilizada indiretamente pode trazer a médio e longo prazos. Assim, desligar a TV e deixar a criança focada no brincar, é a melhor opção.


“Sabemos que os pais estão ocupados, cansados e, às vezes, não querem brincar. Mas, é muito importante estar com os filhos, dialogando, brincando, junto. O silêncio deve ser preenchido com a voz humana”, alerta Evelyn Eisenstein, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).


Outras opções


Para os pais que nem sempre podem estar perto dos filhos na hora da brincadeira e resistem à ideia de deixar as crianças em um ambiente silencioso, as especialistas lembram que as crianças costumam ter boa percepção musical. Porém, ao utilizar a música como pano de fundo é preciso observar se a canção é adequada à idade da criança, bem como se o volume não ultrapassa os níveis considerados saudáveis.


No que diz respeito à TV, que faz parte do cotidiano da maior parte das famílias, a sugestão é usá-la com bom senso, controlando a qualidade dos programas assistidos e aproveitando os conteúdos para compartilhar e conversar em família.


Vale lembrar, entretanto, que o tempo máximo de exposição às telas (o que inclui o uso direto e indireto da TV) é de duas horas, não ininterruptas, por dia, para crianças maiores de 2 anos.


(http://revistacrescer.globo.com/Familia/Rotina/noticia/2017/08/tv-faz-mal-criancas-mesmo-quando-esta-em-segundo-plano.html)


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